sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Olhar de Anjo








Uma rosa num jardim em preto e branco

Uma gota de felicidade num oceano de lágrimas

Uma vida inteira em uma simples foto


Detalhes que se perdem no mais perfeito traço

Na curva de um pequeno laço

Ou na emoção de um simples abraço


Sentimentos guardados em uma pequena caixa

Enevoados pelo simples fato

De não poder senti-los


Quando uma lágrima cai

A vida se esvai

Como um detalhe se perdendo em meus braços

Um detalhe de seu doce abraço...
                               El Matador

O que você acha se eu chutar o seu...



Eu odeio aquelas pessoas que ficam balançando o pé e acabam chutando o acento de quem está na frente. Acontece no ônibus e em outros lugares também, mas é principalmente no cinema. Me aconteceu algumas vezes, mas algumas pessoas percebem e param depois de ouvirem minhas ameaças em tom hostil e meus comentários maldosos. Já tive vontade de virar pra trás e meter a minha bolsa na cara da abestalhada que ficou fazendo isso quase durante o filme inteiro. Tá, eu até podia falar com a maior educação, mas... Euzinha não fico chutando acentos alheios, eu tenho noção que isso é insuportavelmente irritante, então já pra não ser um ogro de tão grossa enquanto tentava ser educada, eu preferi não falar nada, e só matá-la na minha imaginação. Pensei algumas vezes em quando o filme acabasse, eu ficar de olho e me aproximar do abominável ser no corredor, cutucar o ombro e dizer; “ Já que você passou o filme todo chutando meu acento, o que você acha se agora eu chutar o seu...”

Também me irrita bastante aqueles toscos que ficam falando alto de mais e comentando coisas óbvias ou sem sentido algum e sem graça durante os filmes, e aquelas turmas que riem tão alto que até parece que estão rindo por todos no ônibus, auto afirmação é mesmo triste... Eu sei que quando me empolgo ou me irrito falo um pouco alto sim, mas... Tem gente que exagera e eu sinto vergonha alheia, saio até de perto se puder porque a pessoa faz tanto barulho falando tanta merda que, mesmo com fones e a música quase no último volume, não consigo escutar nem meus próprios pensamentos.

Outra coisa muito chata é gentinha enxerida. Tipo aquelas pessoas que ficam prestando atenção na conversa dos outros no ônibus, e o pior, ainda tem coragem de se aproximar mais pra ouvir melhor, rir das piadas e ficar olhando descaradamente, só falta se incluir na conversa. Sem falar que se a conversa for com termos que só os envolvidos conhecem, com frases pela metade e palavras de duplo sentido, os intrometidos entendem tudo errado, uns fazem cara feia e outros se interessam mais ainda, é quando pensam que o assunto é sobre sexo. Isso até que é hilário, me faz rir um bocado, aqueles tapados nem sabem do que a pessoa tá falando e começam a imaginar, daí riem ou fazem careta, quando percebo só posso mesmo é rir. Também é engraçado quando eles não percebem que o assunto é só brincadeira e se assustam. Já tive experiência com os dois tipos de situação. Quando El Matador e eu ficávamos brincando de assassinos profissionais, conversando sobre “a última vítima”, o que foi feito da arma do crime, onde foi enterrado o corpo, que cor de roupa é melhor usar nessa profissão, as pessoas nos pontos de ônibus saíam de perto e nos ônibus geralmente mudavam de lugar, a gente ficou com medo que um dia alguém levasse a brincadeira a sério mesmo e chamasse a polícia... Vai saber... Mas era divertido, eu costumava me gabar que matei uma família inteira só com meu dedo mindinho.

E também teve uma vez em que tava no ônibus com minha ex amiga FURA OLHO, e a gente tava falando sobre as ligações telefônicas de nossos namorados e como era diferente quando eles estavam bravos. Mas a gente costumava usar termos próprios e durante a conversa acho que surgiram algumas palavras de duplo sentido, porque um cara que tava perto se aproximou mais e não parava de rir, depois ela parou pra pensar e percebeu que parecia que a gente tava falando de sexo em voz alta, e algo que provavelmente a maioria das pessoas não teria coragem de falar em voz alta no meio de um ônibus lotado.


                                                                       lady


Prós e contras... Matador eu no cinema!

Ah! Eu nunca nem pensei em ir no cinema sozinha, é tipo comer sozinha, tão deprimente... Sempre vou com El Matador. Óbvio que eu também nunca pensei em deixar ele ir sozinho. Nele eu confio, mas nas malditas que estão sempre dispostas a fazer a dança do acasalamento pra qualquer um, a qualquer hora, em qualquer lugar é que eu não confio, se até quando tô junto tem umas folgadas que olham de um jeito que até parece que vão se atirar nos braços dele, imagina se eu deixar ele sozinho, e no cinema... Acho que ele pensa o mesmo sobre me deixar sozinha por aí... Mas assim como em quase tudo, somos muito parecidos no fato de quase não termos amigos. Ele tem alguns poucos, mas sempre prefere sair comigo, e eu... Já não tenho mais nenhum. Ele foi o único amigo que restou e por isso tem que aguentar minhas loucuras em dose dupla, como melhor amigo e namorado.


O lado bom de sempre ir no cinema com ele, é que nenhum manézão se achando o tal vai se aproximar pensando que tá com tudo pra dar em cima de mim, e eu não vou precisar desperdiçar o meu veneno e minha preciosa saliva dando o maior e mais cruel fora que um cara já levou. E também nenhuma cachorra vai dar em cima nem se jogar em cima dele.


O lado ruim é que em alguns momentos do filme, com certos atores, sinto falta de ter uma amiga pra ir no cinema, pra ouvir meus tolos comentários, afinal tenho de ficar com a boca fechada se não quiser enfrentar O OLHAR de El Matador. Mas eu sempre faço os benditos comentários porque é graçinha mesmo, tipo quando fui ver “Constantine” com ele, naquela cena em que o Keanu corta os pulsos e fala com Deus, ele diz algo como: “... Sei que não sou bem vindo em sua casa...” sei lá. Dai eu comentei: “Você pode entrar na minha sempre que quiser...”, mas claro que El Matador não achou engraçado, me deu um tapa (de leve no ombro. A gente sempre faz isso de brincadeira pra mostrar que não gostou do que o outro fez).


Acho que, na verdade, esse é o único contra. A gente gosta do mesmo tipo de filme, então nunca tem discussão porque um não quer ver o filme que o outro escolheu. Claro que como sou muito chata, às vezes não fico muito feliz de ir ver o filme que ele quer tanto, porque me parece que não vai prestar, mas gosto de agradá-lo e acho que não custa nada acompanhar (ele vai pagar mesmo). só que deixo bem claro que só vou porque ele quer e que se o filme for ruim a idéia foi toooooda dele, mas no fim das contas acabo gostando, Aconteceu com “Homem de ferro” e “Transformers”.


Ele já é mais gentil comigo, aceita ir de boa, mas acredita que o filme não vá agradá-lo e acaba se surpreendendo. Aconteceu com “Jumper”. Se bem que ele demorou pra confiar no meu gosto cinematográfico...


                          lady